Tenho vários amigos que toda vez que me perguntam do casamento, perguntam assim: “E aí, tá tudo em cima pro casamento? Tá emagrecendo?” A minha primeira reação é de riso, depois de raiva. Mas eu acabo sempre respondendo a mesma coisa: “Sim, estou.” E eu estou mesmo, mas não é aquele tipo de emagrecimento que vai me transformar da água pro vinho ou da antiga Jennifer Hudson pra nova Jennifer Hudson, infelizmente.
Fato é que eu sempre fui gordinha, desde que me entendo por gente. Nunca foi fácil pra mim manter o peso. E, apesar de não gostar dessa condição, não é porque eu fiquei noiva que isso tudo iria mudar do dia pra noite. Claro que eu gostaria de me casar com o corpo da Gisele Bundchen, mas isso é para poucas, sejamos realistas. Estou tentando levar uma vida menos sendentária (o que é a parte mais difícil) e estou tentando adotar uma dieta equilibrada. Mas essa pressão de ser uma noiva magra está começando a me dar nos nervos. Não quero emagrecer de nervoso! Também não quero me sentir uma noiva feia só porque eu tenho mais gordura corporal do que as noivas magras. Isso é tão relativo! Tô cansada de ver meninas magras e bonitas que quando se vestem de noiva tem a incrível capacidade de virarem verdadeiros dragões (sombra branca ou prateada – ARGH! – penteados “modernos” e duvidosos, vestidos que não favorecem ninguém nessa vida, etc!)
Apesar de eu não estar no meu melhor corpo, eu nunca estive tão à vontade na minha própria pele. Mesmo com “sobras” pelo corpo todo, estou numa fase em que me sinto mulher de verdade e sou apreciada por isso. E, o mais importante, eu me sinto apreciada por isso. Não quero passar pelo Extreme Makeover antes do casamento! Meu noivo me ama desde o início do jeito que eu sou. Claro que eu quero melhorar pra ele, mas eu ainda quero ser eu. Chega de transformações radicais, chega de correr contra o tempo e a balança! Eu quero casar saudável, mesmo que não dê tempo de ficar magrinha até o casamento. Mais do que sanidade física, eu quero sanidade mental.
Eu gostaria que toda noiva, magra ou não, se sentisse bem com seu corpo. Sem ficar com medo do que os outros vão pensar quando ela entrar na igreja e não estiver seca como um palito de picolé. O vestido deve ser feito moldado sobre suas formas, e não o contrário. Não somos cabides, não somos pedaços de madeira, somos mulheres. Mulheres de verdade. Mulheres de verdade não são perfeitas e há beleza na imperfeição também. Eu não sou magra, nunca fui. E se eu tiver que ser uma noiva cheinha, também vai estar tudo bem.