Muitos amigos meus dizem que mulheres competem muito entre si. Depois de alguns minutos me sentindo ofendida, eu comecei a pensar que tem verdade nisso que eles dizem. Eu não vou negar que somos SIM competitivas, a começar pelo que enxergo em mim.
Como eu tenho que lidar constantemente com meu lado competitivo em algumas áreas e me policiar para que isso não se torne algo prejudicial a mim e aos que me rodeiam, me questiono muito sobre o assunto. E, quando a tal competição chega aos casamentos, ela não se faz de rogado: é explícita.
Eu não pude evitar me perguntar: mas POR QUE nós temos que ganhar sempre? Por que temos que nos certificar sempre de que estamos fazendo igual ou melhor do que os outros? Por que temos que ser melhores que uns e outros? Se fulana fez um festão pra 500 convidados, você começa a se perguntar se não está restringindo demais a sua lista. Ciclana usou um vestido com 5 metros de cauda e todo mundo falou que estava uma princesa, aí você começa a questionar o tamanho da cauda do seu vestido. Ou pensa em embutir uma, porque você não escolheu um vestido com cauda (pois antes nem gostava!).
Os casamentos viraram verdadeiras competições, seja pra ostentar, seja pra mostrar quem tem o lado criativo mais aguçado, quem é a verdadeira Deusa do DIY (do-it-yourself = faça-você-mesma). Se você tem grana, quer fazer A FESTA, aquela que será lembrada por todas colunas sociais e bridal blogs da alta como um evento de puro glamour e bom gosto. Se não tem grana, quer fazer A FESTA também, aquela que será lembrada por todos os bridal blogs mais “indies” que exaltam a noiva habilidosa, criativa e pouco materialista. Ou seja, não há escolha. A expectativa de todos, inclusive a nossa, é que o casamento seja um evento social surpreendente. De preferência, mais surpreendente do que o da fulana e ciclana que casaram antes de você.
Vou exemplificar: Eu estava tentando parar de contar os detalhes do meu casório. Chegou um momento em que simplesmente comecei a ficar com medo de roubarem minhas idéias (Acredite, acontece!). Afinal de contas, eu gastei muitas horinhas e neurônios pra bolar detalhes surpreendentes pro meu casório, que eu quero que seja o melhor de todos (pelo menos do meu ponto de vista). Mas essa minha tentativa é falha e, obviamente, não vai dar certo.
Ora, eu não sou a última noiva do mundo a casar (Deus me livre e guarde!)! Ou seja, a não ser que meu noivo resolva me enrolar infinitamente, sempre haverá uma outra noiva pra casar depois de mim. E depois de você também. Isso significa que não adianta se esforçar em fazer segredo para seu casamento ser o mais original e inovador do mundo. Depois que inovou, sempre haverá alguém pra copiar. Claro, eu continuo defendendo a idéia de que um casamento original e diferente é sempre muito bom! Mas eu defendo, principalmente, que um casamento que é a SUA CARA é muito melhor. E, às vezes, o que é a nossa cara também é a cara da fulana e da ciclana. Acontece. E essa competição pela exclusividade também tem que acabar. Se você, como eu, se considera uma noiva criativa (no blog da Geo tem alguns posts que falam sobre isso), tente relaxar. Você pode até se gabar de não se estressar nada quanto ao vestido ou às havaianas personalizadas (que provavelmente você acha uó como eu! hehehe), mas precisa ficar muito zen pra não transformar o casório numa corrida pela inovação!
Não competir, e fazer tudo para não se deixar levar por esses sentimentos, é uma estratégia sagaz para manter a sanidade mental. Depois de alguns meses planejando o casamento nesse ritmo de “competição de escola de samba do Carnaval do Rio”, a gente começa a perder o foco principal e as prioridades ficam tão pequenas que vão escapulindo por entre os dedos feito grão de areia. Falo isso por experiência própria: Pegue seu lado competitivo, amarre-o e tranque-o no armário! E se ele for muito aguçado e quiser escapar o tempo todo, comece a treinar pra correr (e ganhar!) a São Silvestre ou coisa assim. Duvido que ele não se canse! 😉