Para manter a sanidade mental

Muitos amigos meus dizem que mulheres competem muito entre si. Depois de alguns minutos me sentindo ofendida, eu comecei a pensar que tem verdade nisso que eles dizem. Eu não vou negar que somos SIM competitivas, a começar pelo que enxergo em mim.

Como eu tenho que lidar constantemente com meu lado competitivo em algumas áreas e me policiar para que isso não se torne algo prejudicial a mim e aos que me rodeiam, me questiono muito sobre o assunto. E, quando a tal competição chega aos casamentos, ela não se faz de rogado: é explícita.

Eu não pude evitar me perguntar: mas POR QUE nós temos que ganhar sempre? Por que temos que nos certificar sempre de que estamos fazendo igual ou melhor do que os outros? Por que temos que ser melhores que uns e outros? Se fulana fez um festão pra 500 convidados, você começa a se perguntar se não está restringindo demais a sua lista. Ciclana usou um vestido com 5 metros de cauda e todo mundo falou que estava uma princesa, aí você começa a questionar o tamanho da cauda do seu vestido. Ou pensa em embutir uma, porque você não escolheu um vestido com cauda (pois antes nem gostava!).

Os casamentos viraram verdadeiras competições, seja pra ostentar, seja pra mostrar quem tem o lado criativo mais aguçado, quem é a verdadeira Deusa do DIY (do-it-yourself = faça-você-mesma). Se você tem grana, quer fazer A FESTA, aquela que será lembrada por todas colunas sociais e bridal blogs da alta como um evento de puro glamour e bom gosto. Se não tem grana, quer fazer A FESTA também, aquela que será lembrada por todos os bridal blogs mais “indies” que exaltam a noiva habilidosa, criativa e pouco materialista. Ou seja, não há escolha. A expectativa de todos, inclusive a nossa, é que o casamento seja um evento social surpreendente. De preferência, mais surpreendente do que o da fulana e ciclana que casaram antes de você.

Vou exemplificar: Eu estava tentando parar de contar os detalhes do meu casório. Chegou um momento em que simplesmente comecei a ficar com medo de roubarem minhas idéias (Acredite, acontece!). Afinal de contas, eu gastei muitas horinhas e neurônios pra bolar detalhes surpreendentes pro meu casório, que eu quero que seja o melhor de todos (pelo menos do meu ponto de vista). Mas essa minha tentativa é falha e, obviamente, não vai dar certo.

Ora, eu não sou a última noiva do mundo a casar (Deus me livre e guarde!)! Ou seja, a não ser que meu noivo resolva me enrolar infinitamente, sempre haverá uma outra noiva pra casar depois de mim. E depois de você também. Isso significa que não adianta se esforçar em fazer segredo para seu casamento ser o mais original e inovador do mundo. Depois que inovou, sempre haverá alguém pra copiar. Claro, eu continuo defendendo a idéia de que um casamento original e diferente é sempre muito bom! Mas eu defendo, principalmente, que um casamento que é a SUA CARA é muito melhor. E, às vezes, o que é a nossa cara também é a cara da fulana e da ciclana. Acontece. E essa competição pela exclusividade também tem que acabar. Se você, como eu, se considera uma noiva criativa (no blog da Geo tem alguns posts que falam sobre isso), tente relaxar. Você pode até se gabar de não se estressar nada quanto ao vestido ou às havaianas personalizadas (que provavelmente você acha uó como eu! hehehe), mas precisa ficar muito zen pra não transformar o casório numa corrida pela inovação!

Não competir, e fazer tudo para não se deixar levar por esses sentimentos, é uma estratégia sagaz para manter a sanidade mental. Depois de alguns meses planejando o casamento nesse ritmo de “competição de escola de samba do Carnaval do Rio”, a gente começa a perder o foco principal e as prioridades ficam tão pequenas que vão escapulindo por entre os dedos feito grão de areia. Falo isso por experiência própria: Pegue seu lado competitivo, amarre-o e tranque-o no armário! E se ele for muito aguçado e quiser escapar o tempo todo, comece a treinar pra correr (e ganhar!) a São Silvestre ou coisa assim. Duvido que ele não se canse! 😉

Amor, sapatos, distância e amor.

O trabalho da fotógrafa Elizabeth Messina é tão maravilhoso que merece ser reprisado em todo e qualquer blog que fale de casamentos! Ainda mais quando vale a pena não só pelo visual sensacional (e os sapatos de tirar o fôlego!), mas pela história de amor linda contada em imagens…

Me identifiquei com esse casório lindo primeiro pelos sapatos modernosos (que vontade de casar de unha pintada de preto e sandália nude – mata o noivo do coração!), mas pelas cores, pelo brilho nos olhos e pela aura cor-de-rosa que só as fotos da Elizabeth Messina tem. Sem falar no detalhe super fofo e suspeito que gerou em mim identificação instantânea: o casal Aaron & Cherise também namorava à distância. Eles também sabem o quanto um aeroporto pode partir seu coração partida após partida, bem como pode colar todos os cacos no lugar na chegada!

Tomei a liberdade de traduzir o que o noivo escreveu à fotógrafa sobre o dia do casamento.

“Nosso namoro durou 5 anos e nos rendeu, aproximadamente, 50 mil milhas aéreas.Cherise morou em New Orleans nos dois primeiros anos do nosso relacionamento e em Los Angeles pelos 36 meses restantes. Por mais que eu quisesse estar em outro lugar, eu estava em Las Vegas. Se você tivesse perguntado um dia antes do nosso casamento “qual foi o beijo mais memorável de vocês?”, nós teríamos tido muita dificuldade pra dizer uma data ou lugar específico. Nossas mentes fariam flashback pros inúmeros terminais de aeroporto, porque parece que nós sempre estávamos chegando e deixando um ao outro. Por mais clichê que isso possa parecer, nós dois concordamos que foi somente um beijo, o beijo que acabou com a distância e com nosso programa de milhas: o beijo do nosso casamento. Eu estava de pé no altar ao lado do meu padrinho quando as portas da igreja se abriram e eu vi uma silhueta acompanhada de uma brilhante luz branca. Seria a última vez que Cherise iria ‘me visitar’. Eu não consigo evitar pensar na metáfora da igreja sendo como um terminal de aeroporto. No entanto, naquele momento em que nos beijamos, um beijo que já praticamos em muitas ocasiões anteriores, nós não estávamos indo embora em aviões, mas estávamos deixando pra trás nós mesmos como indivíduos. Nós nos tornamos um. Nunca mais diríamos adeus.”

Eu não pude evitar as lágrimas quando li esse parágrafo no blog da Elizabeth. Que delícia é o amor!

Fotos: Kiss the Groom

De branco ou de qualquer cor!

Sabendo muito bem que esta é uma escolha extremamente pessoal de cada noiva, não vou escrever um post pra defender o que eu acho bonito ou não. É só uma questão de curiosidade sobre este tema que mexe com o imaginário de 9 entre 10 meninas e mulheres: o vestido de noiva.

Se é de noiva, então tem que ser branco, certo? Pois eu digo que nem sempre. O branco branquíssimo já não me convence tem tempo. Claro que, novamente, essa escolha de vestido branco ou não é realmente pessoal, mas eu adoro quando vejo uma noiva casando de azul, de verde, de rosa, da cor que lhe der na telha! Pode não ter NADA a ver com o que eu escolheria pra mim, mas tenho que tirar o chapéu pra originalidade e, principalmente, coragem dessas moçoilas de desafiar a ditadura do branco. Obviamente, eu ainda suspiro quando vejo aquelas criações branquinhas e maravilhosas do Manuel Mota, Rosa Clará, Oscar de La Renta, entre outros. Mas, quando se é uma pessoa criativa presa no corpo de uma noiva, nem sempre um branquinho básico basta!

Tudo azul!

Mas existem casos e casos. Já vi muita noiva super criativa e original usando branco, branquérrimo, do tipo ace-todo-branco-fosse-assim. Se é realmente a cor com que a noiva mais se identifica, se o branco lhe cai bem (o que é meio injusto, afinal um pretinho básico costuma cair muito melhor! hehehe), então vai fundo e vai de branco! Agora, dizer que branco é a única opção pra uma noiva é fechar a mente pra uma infinidade de possibilidades maravilhosas em todos os tons do arco-íris. E se vier com aquele papo de branco e virgindade, eu juro que finjo que não ouvi! Usar branco porque gosta é uma coisa. Usar branco pra dizer que ainda é pura, virgem, zero quilômetro… bom, é outra coisa, e das bem antigas! Que o diga o número de noivas “com uma certa quilometragem” que eu já vi casar de branco. Mas eu acredito que exista muita mocinha pressionada com a neura do vestido branco por conta de familiares, conhecidos e comunidades religiosas. Pode parecer ultrapassado (e é!), mas ainda acontece.

Mais virginal que Sandy, impossível! E não foi de branco! Foi de off-white! Rá!

Eu não vou usar branco. Sério, não vou. E nem sempre as pessoas aceitam isso com a mesma naturalidade que eu. E olha que a minha escolha nem é nada radical: vou casar de off-white. Off-white é um branco apagadinho, com cara de antigo, de guardado no armário da vovó. Um branco mais tímido, digamos assim. Quando eu conto isso, algumas pessoas olham com uma certa desconfiança, como que desconfiando da minha “pureza”, vê se pode! E eu me achando super tradicional por querer um look vintage, passando longe do batido tomara que caia de tafetá branco. Depois da segunda olhada torta, a gente acostuma, desencana e consegue controlar o riso. Porque, definitivamente, dessas coisas a gente tem que rir mesmo!

Monique Lhuillier arrasando no beginho…

Posso dizer que, como alguém que está criando o próprio vestido, o importante é que a diversão não acabe. Pela “diversão”, entende-se aquele sentimento que a maioria das mulheres carrega desde pequena, quando sonha com um vestido de princesa. Nem todo vestido de princesa é branco, afinal essa mania só começou quando a rainha Mary Stuart da Escócia resolveu casar de branco no século XVI! Enfim, invista no seu vestido dos sonhos, seja esse sonho da cor que for. Porque toda noiva merece se sentir uma princesa neste dia especial!

Auto-convite

“Vocês vão casar?!! Ah, mal posso esperar pra ver você de noiva! Me manda o convite, hein?” Você que está noiva (ou noivo) com certeza já ouviu algo do gênero. Falar sobre o auto-convite, ou seja, sobre aquela pessoa que se convida pro casório, é bem complicado, na verdade. E é complicado porque acontece nas melhores famílias, envolvendo pessoas bacanas (ou não) de ambos os lados da história.

Quando eu fiquei noiva, deu aquela vontade de sair gritando pro mundo inteiro sobre a minha nova condição! Às vezes a gente consegue segurar o impulso de publicar um milhão de fotos das alianças e do noivado no Orkut, Facebook e o escambal (farofadas à parte), mas nem sempre dá pra se segurar e a gente acaba espalhando a notícia pra qualquer um. Sério, a felicidade deixa a gente meio desregulado. Cuide para não espalhar pela vizinhança, porque mesmo sendo a rainha da discrição sobre o assunto, seu sonho de um casamento menor e mais íntimo (o que é meu caso) pode sair pela culatra. É o verdadeiro tiro no pé, pois afinal de contas, foi você quem espalhou a notícia.

Como lidar com auto-convites? Eu já li vários textos em blogs para noivas, e confesso que mesmo absorvendo cada letrinha e tentando adapta-las à minha realidade, eu continuo passando pelo mesmo problema, vez após vez. Estou começando a chegar à conclusão de que o auto-convite não tem solução! Se alguém souber de uma maneira fina e educada de dispensar o autor do auto-convite, por favor, me avise.

O fato é que isso acontece mesmo nas melhores famílias. Pode ser que muita gente descarada que nem faz parte da sua vida se convide só pra festejar. Vamos ser francos, tem gente que não perde uma boca livre. Mas nem sempre quem se auto-convida é uma pessoa completamente sem-noção. Algumas vezes o auto-convite parte de alguém querido de verdade, alguém de quem você gosta e que gosta de você e simplesmente quer te ver casar ou acredita que com certeza você vai convidá-lo. É legal se sentir querido, mas isso geralmente gera uma culpa tão grande na gente que acabamos convidando o fulano que gosta de nós só por causa disso, pra não chateá-lo.

Eu NÃO acho que devemos convidar TODO mundo que conhecemos e gostamos pro nosso casamento. Se você quer e pode, a prerrogativa é sua de convidar ou não. Mas eu convido você a ver as coisas por outro lado. Eu defendo uma perspectiva mais íntima do que é casar. Claro que você quer declarar seu amor perante Deus e os homens. Mas quem estipulou que precisa ser tanta gente? É pra declarar seu amor perante Deus e os homens, não TODOS os homens que você conhece! Casar é algo muito especial, é cerimônia, é celebração e é comunhão. Eu ficaria muito feliz se as pessoas começassem a enxergar o casamento menos como “o evento/boca livre/balada do ano” e mais como este rito de passagem especial que ele é. Se as pessoas realmente entendessem a delicadeza de um momento desse, não forçariam tanto a barra, nem fariam bico por não serem convidadas. Se o costume fosse dos casamentos serem somente cerimônias, sem festa, quero ver quantos auto-convites pipocariam por aí.

Eu comecei a pensar dessa forma quando uns amigos queridos casaram. Eles eram chegados, então quando foram levar o convite lá em casa, conversamos muito sobre como estava sendo a preparação pro casório. Se você está noiva, sabe que casar, além de especial, é CARO. E foi isso que essa noiva amiga minha colocou pra mim quando eu perguntei. Ela disse que geralmente as pessoas não fazem idéia de como todo e qualquer detalhe de um casamento custa um dinheiro que, muitas vezes, se luta muito pra pagar. Tudo é caro e, quanto mais gente, mais dinheiro. Não importa se você vai fazer um simples bolo & champagne, algum dinheiro você vai ter que jogar na mesa. É uma insensibilidade muito grande dos convidados não se colocarem no lugar dos noivos (ou familiares dos noivos, no caso de você ter a facilidade de ter familiares pra bancar o casório) e não respeitarem o direito deles de ter a opção de fazer algo bom e de bom gosto para menos pessoas, do que ter que fazer algo “mais ou menos” pra uma multidão.

Sim, casar é muito especial e não merece passar em branco. Eu concordo. Mas é muito injusto ter que convidar pessoas por pura culpa de deixá-las chateadas. Depois disso eu comecei a me policiar pra nunca deixar uma noiva ou noivo desconfortáveis com o fato de não quererem ou não poderem me convidar pro seu casamento, independente de sermos íntimos, parentes ou não. Isso não deveria afetar o relacionamento de ninguém. Eles não estão me excluindo da vida delas, e é isso que precisamos entender. Sem falar que eu posso contar nos dedos as pessoas que participam de verdade do nosso relacionamento. As pessoas que nos dão verdadeiro apoio são menos ainda.

Não convidar alguém pro casamento não significa não gostar ou considerar essa pessoa! Assim como convidar também não significa que você é mais importante pros noivos! Às vezes você tem que convidar certas pessoas por conta de laços sanguíneos, mas não significa que elas são mais importantes que outras. As pessoas aqui no Brasil costumam fazer um estardalhaço muito grande por conta desse tema e muito freqüentemente acusam os noivos de insensibilidade quando são eles que acabam sendo os mais insensíveis da história. Com o perdão do desabafo, mas o auto-convite, juntamente com toda a elaboração da lista de convidados, os convites por obrigação e similares, são um verdadeiro tormento pra uma noiva. O tipo de coisa que faz você entender porque tanta gente prefere continuar com o estado civil inalterado.

Prioridades

Por que nossas prioridades mudam tanto depois que começamos a planejar um casamento?

Antes de ficar noiva oficialmente, eu tinha as minhas prioridades com relação ao casório:

1) Contratar um fotógrafo MA-RA-VI-LHO-SO. (Sim, esse maravilhoso tem que ser falado assim bem gay, senão a ênfase não funciona!)

2) Casar ao ar livre, durante o dia.

3) Os convites teriam que ser modernos e totalmente diferentes de qualquer coisa que eu já vi.

Basicamente, essas eram algumas das prioridades, o que eu considerava realmente importante, impossível de se abrir mão. Todo o resto seria adaptável e até mesmo algo poderia ser descartado ao longo do caminho.

Cá estou eu, quase dois meses depois do noivado, e já revendo várias das minhas prioridades. Antes eu tinha três, e agora parece que já tenho itens suficientes pra contar nos dedos dos pés e das mãos! Como uma cena saída do filme Sex and the City, entendo exatamente o que a Carrie quis dizer quando disse que deixou que o casamento ficasse maior do que o próprio relacionamento. Como de um conjuntinho sem grife a um luxuoso Vivienne Westwood, as prioridades de uma noiva podem mudar num passe de mágica. Para isso, basta que ela encontre opções.

De repente, comecei a me importar com coisas que antes não faziam tanta diferença, como o tipo de cadeiras da cerimônia. Se eu bem me lembro, antes eu não dava a mínima se todos tivessem que sentar naquelas cadeiras de plástico de jardim. Agora meu coração se parte quando penso em optar entre cadeiras Tiffany (ou Chiavari) ou de ferro! Sem falar que depois que conheci videomakers maravilhosos (lá vou eu de novo declarar minha paixão e tietagem pelo StillMotion!), comecei a querer um videomaker maravilhoso também. E olha que antes cheguei a cogitar nem ter filmagem do casório. Acredito que muitas noivas também já cogitaram isso, considerando a quantidade de vídeos BREGAS, de péssima qualidade e mal editados que vemos por aí. Quando você começa a ver coisas lindas, fica difícil não começar a pensar que aquilo é sim um item de extrema prioridade.

Mas não é. Tá, o vídeo é importante e talvez seja sua única chance de assistir o cortejo. Beleza, então o vídeo pode sim ser considerado um item prioritário. Mas e o resto? As havaianas pra pista de dança (Aaaargh!), os pacotinhos de lenços “Lágrimas de Alegria” (sim, isso existe!), os bem-casados, as cadeiras Tiffany, garrafinhas de água personalizada com a foto dos noivos (huahauhau! É sério!) etc… Não deixe que te digam que isso é uma prioridade, se pra você nunca foi. Não deixe que te digam que você TEM QUE TER certas coisas só porque a maioria dos casórios tem, mesmo que essa coisa seja um vestido branco ou um bolo de 3 andares (nem todo mundo gosta de bolo!). Mantenha-se fiel à si mesmo e mantenha-se fiel às suas prioridades, analisando sempre com muito bom-senso novas adições à lista de prioridades. O que você realmente TEM QUE TER é um casamento do jeito que você sonhou. Essa é a prioridade. Você sonhou com um casamento na praia com cadeiras Tiffany? Maravilha! Se você sonhou em casar numa igreja de manhã e depois tomar aquele brunch sensacional com a família, maravilha também! Se você sonhou em casar de vestido azul, corra atrás do seu sonho! Se você quer casar em Las Vegas numa cerimônia feita pelo Elvis, bom… é seu sonho, então vai lá!

Quando eu começo a ficar insana com as coisas que os outros acham que eu tenho que fazer com relação ao casório, converso com meu noivo maravilhoso e rapidinho ele me ajuda a enxergar claramente tudo de novo e põe meus pés no chão. Casar exige muitas habilidades diplomáticas. Você tem que saber lidar com todas as opiniões alheias sobre esse evento que é, em realidade, sobre vocês dois. Claro, é um dia pra se compartilhar com muita gente, mas é sobre vocês dois. Não pode ser um evento egoísta, mas não pode ser um evento sobre 500 pessoas. O reflexo que temos que enxergar nesse dia é o reflexo do casal, e não o dos 250 convidados.  O difícil é que poucos familiares conseguem respeitar esses limites. E mais difícil ainda é lidar com todos os “intrometidos” com a finesse de uma lady. Tem hora que estamos mais pra lady Gaga!

Enfim, uma dica pra manter as prioridades no lugar e os pés no chão que aprendi depois de muito tempo lendo sites de noivas, revistas de noivas, blogs de noivas, e etc: Escreva junto com seu amado suas prioridades num papel. Escreva realmente TUDO aquilo que não pode faltar, assim que vocês começarem a pensar em casamento. E deixe-as num lugar visível, pra que sempre que você começar a se sentir oprimida por opiniões alheias, blogs de casamento, revistas de noiva pouco realistas ou o que for, isso te ajude a se lembrar daquilo que realmente era importante no princípio. Pode até ser que ao final do planejamento algumas coisas que eram prioridade nem sejam mais. Fato é que a gente vai ficando mais desapegada com o tempo, entendendo que, no fim das contas, a sua maior prioridade sempre foi (e sempre será) ser a esposa.

Location, location, location!

Quando chegou a hora de escolher o lugar onde vamos nos casar, eu percebi que provavelmente estava arranjando sarna pra me coçar. O local define muito sobre todo o resto do casório e, principalmente, define boa parte dos seus próximos gastos.

Casar na igreja. Não estou falando de ter uma cerimônia religiosa ou não. Estou falando de casar num templo, numa igreja de verdade. Por mais que eu já tenha visitado igrejas liiiiindas durante toda a minha vida, não é uma idéia que me atraia. A arquitetura rebuscada, os vitrais, abóbodas imensas, etc… isso até que me atrai. O que não me atrai nem um pouquinho é ligar o dia do meu casório à uma instituição específica, ainda mais uma denominação religiosa. Nem vou entrar no mérito da questão, eu sei o quanto é polêmica. Imagine a cara da minha sogra quando ouviu isso da minha boca. Ooops! Foi algo assim:


Tradução da cara: “Mas que #$*& é essa que você acabou de dizer???”

Tá, não tem só a questão ideológica. Como boa romântica que sou (provavelmente a última), gosto de casórios ao ar livre e durante o dia. Tudo fica mais lindo ao ar livre, ainda mais durante o dia. As fotos saem mais coloridas, mais vibrantes, com uma luz natural sensacional… Meus pais casaram ao ar livre! E não conheço ninguém que ao respirar um pouco de ar puro rodeado de muito verde não se sinta totalmente renovado. Enfim, eu encontrei minha praia muito facilmente. Aliás, antes meu sonho era casar na praia. Mas depois de analisar como minha pele e cabelo reagem à maresia e pesar na balança as questões logísticas, desisti.

Outra coisa que pesa nesse negócio de casar na igreja é a questão de ter que arranjar um outro local pra recepção. A não ser que sua igreja tenha um salão bacana, infra-estrutura e o escambal, dificilmente você vai escapar de ter que alugar um salão de festas pra recepção. E aquele negócio de ter que “encontrar” dois lugares diferentes no mesmo dia não me parece muito prático. Sem falar que tem um monte de igrejas que insistem em meter o bedelho nas músicas que você escolheu pro casório ou no design do vestido da noiva! Me desculpe, mas controle criativo pra mim vale centenas de vezes mais que uma bela abóboda (control freak, eu? magina!). E assim, igrejas ficaram fora de cogitação pra mim.

Casar no campo. Um casamento campestre, com cara de serra, cercado de natureza. Muita gente curte esse estilo, tanto que tem milhares de chácaras por aí investindo no aluguel do local pra eventos e casórios. Já vi fotos lindas. O lado bom de fechar com uma dessas chácaras é que eles tem tudo: a infra-estrutura, o buffet, o decorador, o manobrista… TUDO mesmo! O lado ruim é que aqueles locais com preço acessível geralmente contam com um decorador que poderia facilmente ser figurinista do bloco infantil da Carla Perez. Enfim, pacotes prontos podem não ser tão sensacionais quanto parecem. Parece muito “fast-food”, pronto pra consumo, impessoal e igual ao de 1500 outras noivinhas. Se você não é fã do clichê noiva-entrando-de-carruagem, provavelmente vai desgostar esse tipo de serviço tanto quanto eu.

Um dia minha tia ofereceu a casa dela para o nosso casamento. Sim, foi bem do nada, just like that. Uma casa linda e imensa num condomínio residencial muito chique dentro de uma reserva ecológica. É como uma pequena Dinamarca, um universo paralelo de gente muito abastada! Uma casa no alto de um monte, cercado de pinheiros, carvalhos e esquilos (Sim! ESQUILOS iguais aos de filme!). Árvores lindas e caducifólias na beira de um lago, o ambiente perfeito pra um casamento de outono. Além disso, ainda tem o clube do condomínio, charmoso e ótima opção pra recepção! Isso tudo FREE! O porém? A área é residencial, e eu ainda não tenho muita noção de quantos impedimentos isso vai me trazer. Outro porém é o espaço físico. Pra duas pessoas cujas famílias ultrapassam a casa das dezenas, fazer um casamento simples, íntimo e familiar pode ser um problema. Fico pensando se vai caber todo mundo, se vai ficar bonito ou lotado demais… Enfim, nada é perfeito e toda moeda tem dois lados.

Portanto, até o momento, continuo com a minha locação dos sonhos. Em que momento ela vai se transformar na locação dos pesadelos, ainda não sei. Já li em muitos sites e revistas que “casar em casa” não é tão fácil e simples quanto parece, afinal de contas você ainda tem que contratar manobrista, decorador, buffet, etc… E a praticidade de um salão de festas alugado é incomparável. Mas o que a maioria das pessoas não entende é que talvez eu realmente NÃO queira um casamento prático num salão de festas sem graça! Por que não preferir algo que tenha mais significado, que seja mais próximo do seu coração? Pois é o que eu prefiro. Em nome da minha completa satisfação, chutei o pau da barraca e agora estou pagando pra ver se a barraca vai cair em cima de mim. Quem dá mais?

Minha musa inspiradora: Jenny Packham

Tem gente que acha a Vera Wang o supra-sumo do bridal internacional. Tem gente que prefere grandes clássicos da moda fazendo bridal, como Oscar de La Renta (eu mesma sou tiete!). Tem gente que acha que vestido de noiva tem que ser da “terrinha”, e por isso prefere estilistas brazucas de sucesso como a Emanuelle Junqueira, a Wanda Borges ou Samuel Cirnansck.

Tudo muito bom, tudo muito bonito. Mas não há Vera Wang neste mundo que me convença de que a senhorita Jenny Packham não é um gênio do bridal atual! Tudo o que ela faz tem um je ne sais quoi, um gostinho vintage que me deixa arrepiada. Acho que não existe uma peça dela que eu não usaria feliz (claro, se eu tivesse aquele corpinho de modelo). Não é à toa que essa estilista britânica faz a cabeça de tantas celebridades. Claro que não é o típico vestido de noiva, a típica silhueta de princesa. Mas eu também não sou a típica noiva, tô longe disso! Eu gosto dessa atmosfera sexy e boêmia que os vestidos da Jenny Packham evocam. Works for me!

Guardo sempre as referências dos vestidos da Jenny no arquivo de inspirações, porque a estética é bem próxima do que eu pretendo seguir no meu próprio vestido. Referências aos anos 30 são constantes e muito apropriadas. Que noiva não se sentiria uma deusa da Old Hollywood usando um vestido Jenny Packham? Afinal de contas, existem mulheres que não querem parecer uma toalha de mesa rendada ou um algodão-doce. Jenny Packham é a salvação delas.

Ver esse vídeo dá uma saudade de Londres…

O monstro do bom gosto

Eu achava que depois que ficasse noiva, ia ser tudo um mar de rosas. Afinal de contas, eu venho “planejando” esse evento na minha cabeça desde que eu me entendo por gente. Mais especificamente desde que brincava de noiva com a cortina branca da minha tia na cabeça. Eu alimento uma pasta inspiracional no notebook já tem um bom tempinho, ultrapassando algumas centenas de megabytes. Coleciono revistas de noiva (nenhuma brega, tá?) e já nem tenho mais gavetas pra guardar. Parecia muito simples juntar tudo e dizer: pronto, tá planejado. Mas, infelizmente, não é assim que acontece.

E sabe por que? Porque eu me transformei numa chata perfeccionista. Depois de começar a filtrar o bom do ruim, o brega do refinado, o lixo do luxo, você pega o jeito da coisa. E aí seus olhos ficam afiados o suficiente pra não se contentar com qualquer porcaria que apareça numa revista. Precisa ter o carimbo de aprovação de toda uma comunidade de especialistas casamenteiros da blogosfera ou você não ficará confortável com sua decisão.

A coisa fica realmente grave quando você conhece publicações internacionais do ramo. Quem, em sã consciência, consegue se contentar com qualquer videomaker depois de ver o trabalho sensacional da equipe canadense do Stillmotion? E eles, obviamente, não cobram nada barato. Mas eles são a creme de la creme. Tem outros muito bons a preços mais modestos por lá. A indústria de casamentos super evoluída do hemisfério norte deixa a gente com vontade de chorar por aqui. É claro que tem bons profissionais que sempre despontam, mas isso tem um preço.

Ter bom gosto tem seu preço. Se você tem dinheiro, é muito fácil comprar bom gosto. Mas eu não tenho dinheiro. E equilibrar bom gosto com um evento de baixo orçamento é tão complicado quanto equilibrar um ovo no nariz. Estou tentando dar nó em pingo d’água.

Claro que nem sempre grana significa bom gosto. Olha o caso da Stephany Brito: Ela é uma graça, linda, fofa e casou com o príncipe encantado dela. E o casamento foi uma ode à cafonice. Aquele smoking branco uó que o Pato usou foi o fim! Mas eles tinham a opção, só optaram errado. Já a Sandy, que sempre foi meio cafoninha, fez um casório charmoso (se bem que tinha aquela cara de casório de família rica do interior), usou um vestido lindo, foi tudo fofo. Cada um no seu quadrado, né?

Enfim, ser muito exigente pode te deixar estressada e, pior, decepcionada. E olha que minhas vontades com relação ao casamento nem são nada de espetacular, provavelmente deixariam as mais tradicionais como a Fê de cabelo em pé. Mas é realmente imprescindível que eu não encare isso como um grande problema, um impedimento ao bom gosto. Estou juntando minhas forças e inspirações “a la Sammia” e vou encarar isso como um desafio criativo. If there is a will, there is a way, não é o que dizem?

Mas é aí que você percebe: quando as coisas mais fúteis (não leia esse “fúteis” no pior dos sentidos, tá?) começam a te tirar do sério, a ficha cai e você enxerga o quanto está se preocupando com as coisas erradas. Eu não estou dizendo que querer ter lindos arranjos de flores, cadeiras bonitas e lounges com puffs de tecido personalizado seja um pecado mortal, futilidade de última grandeza nem nada. Mas venhamos e convenhamos, isso é assim tão essencial pro grande dia ser realmente GRANDE?

Eu lembro de ter ido a um casamento de um familiar querido. Não teve festa, jantar, etc. Teve bolo. Eu lembro de ter entrado na igreja e odiado a decoração. Achei estranhérrima. Mas era exatamente o que a noiva queria, pelo que me falaram. Do momento em que a noiva entrou na igreja até o momento em que fui embora, não consegui pensar outra coisa a não ser que esse era um dos casamentos mais lindos que eu já presenciara. Um casamento cujas escolhas “visuais” passariam longe das minhas. Cadeiras, cores, flores, etc. De repente, nada disso importa muito quando se sente felicidade e emoção emanando pelos olhos de uma pessoa que a gente ama.

No fim das contas, o que faz realmente falta num casamento, já dizia uma avó de noiva muito sábia, são as coisas básicas: o noivo, a noiva, um vestido lindo e um pastor. Ou o padre, ou quem quer que vá conduzir a cerimônia. Se uma dessas coisas faltar, vai fazer muita falta REALMENTE. Do contrário, ninguém vai sentir muita falta das flores sensacionais, dos puffs, etc. E é disso que eu tenho que me lembrar todos os dias até o dia de dizer SIM. E manter o bom gosto pra me manter feliz na medida do possível, mesmo quando tudo o que eu tenha em mãos seja alguns fornecedores meia-boca. Mas nunca deixar que o bom gosto se transforme nesse montro que, convenhamos, é de muito mau gosto. Got it?

Casórios que fazem minha cabeça

Provavelmente eles não tem muito a ver com o que estou planejando pra mim. Mas a estética de alguns é próxima. Nada mais inspirador do que uma noiva de filme ou de novela pra fazer a mulherada suspirar e desejar ser arrebatada até o altar pelo príncipe encantado a cavalo.

Pieguices à parte, tenho que dizer: sou fã da Cons e adorei este post sobre casamentos de cinema que ela mais gosta. Não quero copiar o tema nem nada, mas vou postar alguns casórios que não são da vida real (filme, série, novela) que são uma inspiração gostosa e colírio para os olhos!

Na categoria novela, tem um casamento que arrancou mais suspiros meus do que eu previa. Eu não assistia a novela, mas sempre que rolava um casamento, minha mãe gritava pra eu correr e assistir. E esse casório foi uma gracinha: Aninha + Ricardo, da novela Paraíso. Mais gracinha ainda por conta do vestido de patchwork de rendas off white da Carol Nasser. É bucólico, é interiorano, é vintage, é um sonho.

Na categoria séries, tem um casório que eu amo: Chandler + Monica, de Friends. Além de ser extremamente engraçado, eu achei tudo muito bonito, apesar daquela estética americana. Mas estava tudo muito discreto e gracioso. Adorei o fato da Monica ter usado o cabelo solto e os buquês de callas em tom de coral das madrinhas foi perfeito. Tudo ao som de um quarteto de cordas. Chic and fun!

Na categoria filme, um casamento que tranquilamente levaria o Oscar de melhor tudo é o de Mamma Mia. Praia, descontração, tons dourados… Perfeito. Mas outro casório de filme que chamou bastante minha atenção foi do filme “Se beber, não case”. Tá, eu sei, esse filme é o cúmulo da comédia trash. Mas é divertido e a decór do casório é de tirar o fôlego. Confira as cenas da decoração no início do filme e ao final, já na festa, com a infame banda cantando “Candy Shop” do 50 Cent. Impagável!